:: 17 JAN | 4 MAI
As gravuras criadas por Salvador Dali nos anos 50 para ilustrar a "Divina Comédia", o poema épico de Dante Alighieri, vão estar expostas em Évora na Fundação Eugénio de Almeida.
A mostra, segundo o seu comissário, Stefano Cecchetto, reúne 33 trípticos do mestre catalão, uma das mais emblemáticas figuras do surrealismo.
Muitas das fontes de inspiração determinantes do percurso artístico de Dali, destaca também a Fundação Eugénio de Almeida (FEA), estão presentes nestas xilografias.
"Esta série representa uma súmula da arte de Dali e agrupa em si vários aspectos da sua demanda estilística", sublinha o comissário da exposição.
Nas gravuras, precisa Stefano Cecchetto, o mestre espanhol vai desde a "estética do mole à curiosidade em relação aos mitos clássicos, do interesse pela construção miguelangelesca das figuras até ao gosto pela incisão circular que lhes dá a forma dinâmica".
"No uso das cores, encontramo-nos aqui perante uma verdadeira antologia das técnicas e dos estilos do grande mestre catalão, a começar pelo traço frágil e veloz até ao uso plástico da cor", destaca.
As ilustrações de Dali foram criadas na década de 50, a pedido do Governo Italiano, por altura da celebração do 700º aniversário do nascimento do escritor Dante Alighieri.
Do encontro de Salvador Dali com um dos clássicos da literatura mundial, anteriormente ilustrado por nomes como Botticelli, Blake, Bocklin e Doré e retomado depois por ilustradores contemporâneos como Milton Glaser, Moebius e Lorenzo Mattotti, resultou "uma obra de grande poder visual e transbordante fantasia".
Salvador Dali à semelhança de Dante Alighieri, foi influenciado pela dualidade entre o bem e o mal, o inferno e a divindade, fazendo estas referências parte das suas obras mais simbólicas.
Na altura em que criou estas xilografias, acrescenta a organização, o artista "entrara num novo fervor religioso", período a que chamou de "Manifesto Místico".
"Este projecto de ilustração para a `Divina Comédia` teve a concordância do próprio Papa que, numa visita do pintor ao Vaticano, o incentivou a prosseguir", recorda ainda a FEA.
Com esta iniciativa, a FEA diz abraçar, "mais uma vez, a promoção e a divulgação da arte moderna e contemporânea", ao abrigo da sua estratégia "claramente orientada para o acesso alargado à cultura, para a descentralização e para a sensibilização e formação de novos públicos".
Nos últimos anos, por todo o mundo têm sido construídos numerosos museus ou tem-se procedido a renovações ou expansões de outros. As tentativas de muitas instituições de integrarem a arquitectura contemporânea no programa dos seus museus coloca mais uma vez a questão sobre a forma e a função de um museu e, simultaneamente, a discussão sobre as relações entre a arquitectura (o espaço) e a arte (a exposição).
Em 2000 Suzanne Greub, directora do Art Centre Basel organizou a exposição Museus para um Novo Milénio, que até 2005 foi apresentada em 17 museus ou centros culturais por todo o mundo (incluindo o CCB, em Lisboa).
A presente exposição vem no seguimento da anterior e apresenta 27 dos mais interessantes e seminais projectos de edifícios museológicos desenhados, acabados ou em construção, entre os anos 2000 e 2014. São projectos muito diversos que revelam diferentes pontos de vista sobre o conceito de museu, o seu papel na sociedade contemporânea e as suas traduções arquitectónicas.
Os projectos são apresentados através de modelos cuidadosamente escolhidos, fotografias, simulações por computador, plantas, desenhos, animações em DVD e vídeos. O Art Centre Basel concebeu cada uma destas apresentações em estreita colaboração com o respectivo arquitecto mas consistentes com as directrizes por si definidas de modo a obter-se uma unidade e coerência expositivas.
A exposição não só procura contribuir para o debate sobre a forma exterior dos museus mas também para chamar a atenção para os diferentes programas que as instituições concebem tendo em vista a satisfação dos seus públicos.
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